quinta-feira, 15 de maio de 2008

Questões colocadas a Fernando Suissas pelo grupo Prisioneiros da Noite

Como ja referimos logo ao inicio deste blogue, o nosso objectivo é descrever os perigos da noite entre eles o tráfico de droga, a prostituição, os assaltos entre outros problemas.Por isto decidimos entrar em contacto com um especialista em Defesa Pessoal. Depois de várias pesquisas e visionamentos de filmes, entramos em contacto com o Mestre Fernando Suissas para colocarmos algumas questões para tirarmos algumas dúvidas.
Questões:
Prisioneiros da Noite: Não acha que se trata de um acto de coragem enfrentar o assaltante?
Fernando Suissas: Sem dúvida!
Para enfrentar um assaltante é necessário que as pessoas tenham um treino prévio de uma arte marcial ou defesa pessoal específica.
De facto uma das mais valias de se treinar defesa pessoal é exactamente saber avaliar se pode ou não reagir perante situações de perigo.
O próprio treino dá-nos essa informação acerca das nossas reais capacidades.
Por vezes, em situações de muito perigo, nem os que se consideram especialistas têm a capacidade de reagir.
E por isso, por vezes, a opção de não reagir é por si só a melhor defesa pessoal.
Concluindo: reagir sem conhecimento prévios e sem treino é - loucura, reagir com conhecimentos, com treino e com inteligência é sempre um acto de coragem.
O assaltado normalmente não é violento, mas o agressor é violento, imprevisível e tem outra noção do que é a vida humana.
P.N: À partida grande parte dos assaltos envolvem o uso de armas, numa situação destas o que aconselha como medida de prevenção?
F.S: Se se tratar de armas de fogo não fazer rigorosamente nada! Não existe defesa contra armas de fogo!
Quanto a armas brancas poderá ser possível ou não, dependendo da situação e principalmente do treino da pessoa.
Tal como referi no ponto anterior, se uma pessoa se sente confiante, conhece as suas capacidades e se na avaliação que fizer perante qualquer situação de perigo considerar que tem capacidades para evitar o assalto, então nesse caso deve actuar.
Caso contrário, uma pessoa sem qualquer treino nunca deve reagir perante um ataque de armas brancas.
P.N: Nos dias que correm qual o público-alvo?
F.S: Todas as pessoas devem treinar a defesa pessoal.
No caso das crianças fundamentalmente no aspecto da prevenção.
O que podem fazer e principalmente o que não podem fazer e o que devem evitar.
Os idosos também na componente da prevenção de forma a não proporcionar oportunidades a assaltantes e burlões.
Para todas as outras pessoas, além do aspecto da prevenção, o treino da defesa pessoal deveria ser considerado como uma modalidade "normal" tal como já hoje todos nós treinamos actividade física regularmente.
P.N: Dentro dos alunos que tem, qual o sexo que sobressai?
F.S: Dos cursos de defesa pessoal que dei e mesmo relativamente às pessoas que adquirem o livro de defesa pessoal no meu site, a proporção de homens e mulheres é muito idêntica.
Nesse aspecto penso que tantos homens como mulheres têm o mesmo nível de preocupação relativamente a este tema.
P.N: Até que ponto se pode dizer que defesa pessoal é uma prevenção?
F.S: Prevenção! A defesa pessoal começa por ser exactamente Prevenção.
Só depois de todos os cuidados de prevenção terem falhado surgem as situações de perigo.
Penso por isso que é fundamental que quando se estuda a defesa pessoal se deve dar muita importância à prevenção para que no nosso dia a dia a ponhamos em prática constantemente.
Quantos assaltos e agressões se poderiam evitar se antes de tomarmos algumas atitudes pensássemos um pouco na nossa forma de agir.
P.N: Como se deve encarar esta modalidade?
F.S: A defesa pessoal deve ser encarada como outra modalidade qualquer.
Ou seja, deve ser praticada regularmente, bem orientada, com seriedade e interiorizada.
Quando falo da interiorização da modalidade quero dizer que devemos receber os ensinamento teóricos (prevenção) e práticos (movimentos) e treiná-los arduamente de modo a que com o decorrer do tempo seja possível sentirmos que as nossas capacidades físicas e mentais ficam de facto mais desenvolvidas.
Uma das consequências directas de praticar defesa pessoal desta forma é o aumento da nossa auto confiança - fundamental para o êxito da nossa segurança.
P.N: Na nossa opinião e sem termos qualquer conhecimento da área, achamos que a defesa pessoal é um factor surpresa para o assaltante. Concorda com esta nossa afirmação?
F.S: Claro que sim.
Normalmente o assaltante quando ataca, escolheu previamente a sua vítima e na escolha que fez considerou que era o mais forte.
Por isso, qualquer reacção pensada pela vítima transforma-se sempre numa surpresa para o assaltante.
E é exactamente esta surpresa que a defesa pessoal aproveita para que as nossas reacções tenham sucesso perante situações de perigo.

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